Borboletas

A borboleta. Tão bela, no entanto tão fragil. A sua beleza demonstra o que há de mais puro e delicado na natureza. Verdadeiras donas dos jardins, somente elas são profundas conhecedoras das mais diversificadas flores, como se fossem as únicas a entenderem a linguagem das mesmas. E enquanto bailam essa dança encantada, beijando rosas e camelias, espalham a vida por onde passam, representando um papel que apenas poderia ser incubido a algo tão maravilhoso. Por vezes, estes pequenos seres invadem-me e tomam conta de mim. E eu gosto.

Nunca somos demasiado diferentes para estar juntos.

Dependência

Todo este tempo, sempre pensei conhecer-me. Costumava estar seguro das minhas crenças e convicções. No entanto, nunca descartei a hipotese de que, eventualmente, algo iria abalar o meu mundo, fazendo-me olhar a vida de modo diferente. Aconteceu.
Apesar de não estar nada á espera, encontrei alguém que me surpreendeu. Essa pessoa fez-me sentir algo que nunca tinha sentido antes e que, por mais que tente, não consigo explicar. Quando estavamos juntos sentia-me completo. Perfeito. Mesmo que apenas por breves momentos, consegui atingir a verdadeira felicidade. Momentos esses que nunca esquecerei....
Depois de atingir tal estado torna-se bastante díficil contentar-me com outra coisa porque tudo parece extremamente mediocre. Instalou-se em mim uma dependência. Uma dependência que não pode ser saciada. Estar dependente é um estado que não posso manter. Não tenho outra opção senão avançar. Detesto não ter poder de escolha. Detesto sentir-me impotente.

Porque é que me hei-de contentar com uma alternativa imperfeita, ficando sempre a desejar algo mais ?